terça-feira, 13 de outubro de 2009

“ Um dia na ponte nascia um monte de árvores, e o lobo mau apareceu e disse para a Chapeuzinho: Você tem doces, mas ela vendia flores. E o lobo mau foi na frente e comeu a vovozinha, os caçadores tiraram a vovozinha e ela (Chapeuzinho) comeu os doces e repartiu com a vovozinha e a vovozinha disse: Não vai pela floresta, vai pelo bosque, ela desobedeceu, mas todos viveram felizes para sempre.” (Vítor Gabriel, 4 anos)
Quando pedi que esta criança me contasse uma história ela disse que não lembrava nenhuma, então sugeri que inventasse uma e ela me questionou se podia ser uma história errada. Iniciou contando uma história sobre a ponte e as árvores mas percebi que recordou outra história, também notei que na verdade ele mesmo se sentia a personagem Chapeuzinho por identificar-se como criança quando relata que repartiram os doces e novamente quando fala que Chapeuzinho não obedeceu a vovó.
Como explica Maria Virgínia Gastaldi, formadora de professores do Instituto Avisa Lá, de São Paulo. "O pensar não se estrutura internamente, mas no momento da fala." Assim também aconteceu neste relato pois iniciou contando uma história e através da linguagem seu pensamento trouxe outra história e de acordo com sua expressão oral ainda criou e modificou partes da história que já havia escutado.Na faixa etária de 3 a 6 anos de idade a criança não premedita o que vai falar e sim a linguagem é que formula o pensamento e a narrativa é a sua primeira forma de expressão linguística pois se interessa pelas narrativas contadas pelos adultos.

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Oi Maribel, muito interessante essa tua postagem. Nos leva a pensar como a criança pequena constroi seus pensamentos. Abração!!